Sinto falta das tuas palavras de aconchego.
Sinto falta dos teus abraços, dos teus carinhos.
Sinto tanto a tua falta nos momentos bons, nos momentos maus…
Mentira.
Como posso eu sentir falta do que nunca tive?
Como pudeste? Como ousaste?
Sei que nunca pedi nada.
Mas esperei tanto… e tanto tempo.
Nunca passamos de estranhos sob o mesmo tecto.
Nunca te conheci. Nunca me conheceste.
Hoje, provavelmente sentirias orgulho em mim.
Mas não, não queres. Não és capaz.
Sempre te quis dizer que tens um humor contagiante.
Sempre te quis dizer que tens uns olhos lindos.
Mas não.
Nunca tive coragem. Não deixaste.
Fui construindo um receio em mim…
Receio de ser igual a ti.
Mas não. Não sou. Não quero ser.
É tão fácil falar com o meu filho.
É tão fácil dizer-lhe “gosto muito de ti”.
É tão fácil mostrar-lhe quanto é importante para mim.
Descobrir o seu mundo, descobrir os seus sonhos.
Descobrir que, sob o seu olhar, eu sou importante.
Descobrir que nos seus olhos lindos eu sou um modelo, um herói.
E ver nele os meu olhos.
Os olhos de um menino feliz.
Um menino feliz que eu nunca fui. Nunca deixaste.
Como pudeste? Como ousaste?
Sinto tanto a tua falta.
Sinto falta do que nunca tive, eu sei.
Mas sou sangue do teu sangue…
Sou fruto dos teus actos.
Mas o que fazer quando se ama o inatingível?
Nenhum comentário:
Postar um comentário